ALUNOS ARMADOS
Este texto é iniciado com uma reflexão da autora: “A transformação do futuro de uma sociedade está na escola, porém, a transformação do futuro de um filho está em casa”.
É triste assistir, no Brasil, cada vez mais frequentemente, aos noticiários que apresentam as escolas como palco para a violência e crimes.
Professores e estudantes são agredidos fisicamente, muitas vezes de forma grave ou até assassinados, por alunos dentro das próprias instituições.
Onde está o problema? Como foi que a escola tornou-se alvo para a propagação de vícios? Quando perdeu-se o respeito? Será que ele está no mesmo baú em que depositaram a autoridade do professor? Ou será que ele foi destruído junto ao sonho dos que ainda lutam para aprender?
Em uma sociedade onde a educação está firmada na base de desigualdades sociais, econômicas e culturais é impossível dissociar a formação do cidadão do resultado de sua formação escolar e familiar.
Diante da modernidade os pais não dispõem tempo suficiente para ensinar e educar seus filhos, atribuindo esta responsabilidade às escolas e, imprudentemente, aos professores. Um estudante precisa da participação dos pais em sua formação educacional e escolar para tornar-se um cidadão digno.
O professor, de modo geral, está reprimido. Na rede de ensino privado submete-se ao silêncio por que a hierarquia o obriga pelos fins comerciais das instituições. Na rede de ensino público cala-se diante das leis que visam primordialmente os números para mudar as atuais estatísticas de escolaridade no país.
Os alunos estão armados. Não é surpresa encontrar armas brancas e de fogo em posse de certos alunos, o que agrava-se quando se trata de escolas públicas e em periferias. Os alunos também estão “armados” de desilusão e de desprezo. Sem proteção e sem orientação adequada e eficiente aderem cada vez mais facilmente ao ambiente irracional a que estão submetidos. Sem perspectivas de mudanças se armam de “direitos” que, na verdade, não são reais. Como foi dito, há um grande interesse por números, desconsiderando a qualidade de ensino e aprendizado, levando jovens semi-analfabetos a concluírem o ensino médio.
Por esta busca em alcançar a estatística desejada a qualquer custo, o jovem encontra abertura, ou seja, “direito”, a qualquer coisa, desde que frequente uma sala de aula. O aprendizado e o combate a violência tornam-se secundários diante do objetivo de obter salas lotadas.
Quem arma estes alunos? O cidadão não sabe. Mas não é segredo a ninguém quem dá a munição a eles e o que os permite ficarem armados: a própria violência, o desrespeito, o preconceito, a discriminação, o descaso, o abandono. Consequentemente, as autoridades políticas e policiais, a família e a própria escola. Sendo assim, toda a sociedade.
A escola precisa retomar sua autoridade e repassá-la ao professor urgentemente. Os pais precisam entender e assumir o seu papel. A repressão para os alunos não é a solução, mas o professor também precisa libertar-se dela. O governo precisa levar os cidadãos para a sala de aula, mas ao aluno cabe o direito de adquirir novos conhecimentos e não de impor suas vontades. É necessário estabelecer e cumprir regras dentro das instituições.
A violência precisa ser vencida dentro da escola. Para isso o aluno precisa receber e aprender a manusear novas armas, chamadas: educação, justiça, dignidade, respeito, honra, esperança, confiança, oportunidade. A escola conjuntamente com a família deve oferecer as munições destas novas armas. E assim, jogar a semente do desenvolvimento pacífico na vida destes aprendizes.
REFERÊNCIAS
MENEZES, Luis Carlos de. A violência, a escola e você. Disponível em: www.novaescola.org.br. Acesso em: Agosto de 2007.
TEXTO SOBRE 'A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS' APRESENTADA COMO PARTE DO REQUISITO PARA OBTENÇÃO DA NOTA DA DISCIPLINA DE DIDÁTICA. Iêda Fernandes Dias.
Minha querida amiga Iêda.
ResponderExcluirDesculpe a demora para agradecer as tuas sábias palavras comentando o texto ESTUDANTES TROCAM LIVROS POR LEITURA DIGITAL, da Mariana Mandelli, reproduzido no meu blog. Agradeço as palavras carinhosas e fico feliz em saber que usarás o tema abordado num trabalho de conclusão do Curso de Letras. Pretendo escrever sobre o assunto inspirado no teu brilhante comentário que será reproduzido nessa postagem.
No meu outro blog ECOS DE UPAON-AÇÚ), no wordPress, escrevi uma ou duas matérias sobre a violência nas escolas. É um problema que nos fala de perto e o que é mais lamentável, já são registrados muitos casos não só de alunos agredindo colegas, professores, diretores, mas pais de alunos rezando pela mesma cartilha dos filhos. A inversão de valores é tamanha que a figura do professor deixou de ter aquele brilho de antigamente quando se dizia: Bater no professor é como bater no próprio pai. Tristes tempos estes nossos!
Receba o meu fraternal abraço e agradecimentos pela doce amizade.