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Este blog é direcionado aos interessados por temas relacionados ao curso de Letras. Para que possamos trocar informações e experiências sobre o que estudamos, aprendemos e ensinamos neste fantástico e surpreendente mundo da linguagem, comunicação, escrita e leitura.

MINHA AUTORIA,

Aqui exponho meus textos e trabalhos (acadêmicos e voluntários). Divulgo-os com a intenção de compartilhar o conhecimento que tenho adquirido durante o curso de Letras.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

ANÁLISE DOS POEMAS: "SONETO DO AMOR TOTAL", "O TEMPO" E "O MENINO AZUL"

ANÁLISE DE POEMAS
POEMA N.º 1


Soneto do Amor Total
Vinícius de Morais

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.


ANÁLISE DO POEMA: Soneto de Amor Total


Marcação de Escansão e Rima do Poema

A / mo / te / tan / to / meu / a / mor / não / can (A) (10)
O hu / ma / no / co / ra / ção / com / mais / ver / da (B) (10)
A / mo / te / co / mo a / mi / go e / co / mo a / man (A) (10)
Nu / ma / sem / pre / di / ver / sa / rea / li / da (B) (10)
A / mo / te a / fim / de um / cal / mo a / mor / pres / tan (A) (10)
E / te a / mo a / lém / pre / sen / te / na / sau / da (B) (10)
A / mo / te en / fim / com / gran / de / li / ber / da (B) (10)
Den / tro / da e / ter / ni / da / de e a / ca / da ins / tan (A) (10)
A/ mo / te / co / mo um / bi / cho / sim / ples / men (C) (10)
De um / a / mor / sem / mis / té / rio e / sem / vir / tu (D) (10)
Com um / de / se / jo / ma / ci / ço e / per / ma / nen (C) (10)
E / de / te a / ma / r a / ssim/ mui / to e a / mi / ú (D) (10)
É / que um / dia / em / teu / cor / po / de / re / pen (C) (10)
Hei / de / mo / rrer / de a / mar/ mais / mais / do / pu (D) (10)
ANÁLISE

O Poema Soneto de Amor Total, de Vinícius de Morais, como o próprio nome indica, trata-se de um soneto. Sendo assim, possui uma estrutura fixa e regular que compõe os sonetos, ou seja, é formado por quatro estrofes totalizando quatorze versos, sendo dois quartetos (estrofe de quatro versos) e dois tercetos (estrofe de três versos). É um poema decassílabo regular, ou seja, possui dez sílabas poéticas em cada verso, como se pode confirmar na escansão acima. É rimado conforme a seguinte estrutura: ABAB ABBA CDC DCD.
Na segunda estrofe encontramos um pouco de contradição em presente na saudade, presente algo atual e saudade algo distante. O mesmo acontece com eternidade e a cada instante, eternidade que remete ao longe e cada instante que remete ao que está sendo vivido, tudo isso sugere um amor vivo no presente e futuro.
A terceira estrofe apresenta um amor animal, irracional e instintivo (bicho). Cheio de desejo carnal.
No primeiro verso da última estrofe, seguindo a descrição dos desejos, temos amar assim, muito e amiúde que nos faz lembrar uma grande quantidade em pouco tempo, ou seja, um amor com muito sexo.
No último verso Hei de morrer de amar mais do que pude leva a crer em um amor intenso até a morte, com pluridade de sentidos, que pode também ser morrer de amor, ou intensidade sexual na intimidade até o desgaste físico.
O poema descreve um misto entre sentimento amoroso e desejos.


POEMA N.º 2


O tempo
Mário Quintana

1 A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
2 Quando se vê, já são seis horas!
3 Quando de vê, já é sexta-feira!
4 Quando se vê, já é natal...
5 Quando se vê, já terminou o ano...
6 Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
7 Quando se vê passaram 50 anos!
8 Agora é tarde demais para ser reprovado...
9 Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
10 Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
11 Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
12 E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
13 Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
14 A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.


ANÁLISE DO POEMA


O poema O Tempo, de Mário Quintana, trata de um poema contemporâneo. Como tal, é uma poesia livre de 14 versos, que não é regular em sua estrutura ou métrica e não possui rimas. O tema é a vida e o tempo.
No primeiro verso, o autor retrata como a vida é vivida com obrigação, que serve como aprendizado, ao identificá-la com o dever de casa. Que na maioria das vezes tem que ser feito, mas não é algo desejável. Às vezes, vão sendo deixados para depois, até que não podemos fazê-lo ao tempo propício. Assim, também agimos em nossas vidas com nossos desejos e vontades.
Nos versos 2, 3, 4, 5, 6 e 7, sempre iniciados com Quando se vê, para enfatizar que o tempo passa inevitável e imperceptivelmente.
No oitavo verso Agora é tarde demais para ser reprovado... encontramos uma comparação subentendida do fato que a vida, apesar de ser como um dever de casa, não temos uma segunda chance, não podemos repeti-la como acontece com a formação escolar. Na vida não somos reprovados, no que diz respeito ao tempo, que não se repetirá. Não é possível voltar atrás.
Nos versos 9, 10 e 11 retrata-se o lamento de não ter vivido de forma diferente. Em casca dourada e inútil das horas nos remetemos ao ditado de que tempo é dinheiro. O que nos leva a priorizar somente o trabalho e não dispormos de tempo para fazer o que gostamos.
Nos versos 12 e 13 encontramos conselhos para fazermos diferente do que o homem faz habitualmente.
Finalmente, no 14.º verso, nota-se que temos que fazer o que almejamos hoje, sem nunca deixar para depois. Pois o tempo passa, a velhice se aproxima e o fim da vida chega, tudo isso é inevitável.


POEMA N.º 3


O menino azul
Cecília Meireles

1 O menino quer um burrinho
2 para passear.
3 Um burrinho manso,
4 que não corra nem pule,
5 mas que saiba conversar.
6 O menino quer um burrinho
7 que saiba dizer
8 o nome dos rios,
9 das montanhas, das flores,
10 - de tudo o que aparecer.
11 O menino quer um burrinho
12 que saiba inventar histórias bonitas
13 com pessoas e bichos
14 e com barquinhos no mar.
15 E os dois sairão pelo mundo
16 que é como um jardim
17 apenas mais largo
18 e talvez mais comprido
19 e que não tenha fim.
20 (Quem souber de um burrinho desses,
21 pode escrever
22 para a Ruas das Casas,
23 Número das Portas,
24 ao Menino Azul que não sabe ler.)


ANÁLISE DO POEMA


O poema O menino azul, de Cecília Meireles, trata de uma poesia moderna. Estruturalmente é formada de 5 estrofes, contendo 5 versos nas 1.ª, 2.ª, 4.ª e 5.ª estrofes e apenas 4 versos na 3.ª estrofe, totalizando 24 versos. Segue uma forma livre quanto à escanção. Com exceção da 3.ª estrofe, as outras possuem um ritmo pobre entre os 2.º e 5.º versos de cada uma.
De um modo geral, o autor trata sobre o analfabetismo e, indiretamente, do trabalho infantil.
Menino azul, menino refere-se a infância e azul ao infinito, como o céu e o mar e infinito como a imaginação de uma criança.
Os três primeiros versos se iniciam O menino quer um burrinho. Burrinho animal, burrinho amigo, que subtende-se que sejam os livros, pois, nos versos 2, 4,5, 7, 8, 9, 10, 12, 13, 14, 15, 16 e 19 encontramos expectativas para coisas que esse burrinho seja ou faça que são encontradas nos livros infantis, que é um universo (azul) de imaginação, o qual as crianças analfabetas ficam privadas de conhecer pela leitura. Burrinho por ser um animal que retrata o trabalho abusivo, que afasta as crianças da escola. E que é apelido dos que não possuem o conhecimento rotulado.
O verso 20 mostra o fato da procura por tal burrinho, ou seja, a solução para o problema da não-alfabetização e do trabalho infantil. Nos três últimos versos, o autor referencia, através do endereço inexistente e do Menino Azul que não sabe ler e que não possui um nome próprio, todas as crianças que passam por este problema, generalizando que isso ocorre em todos os lugares com inúmeras crianças.
TRABALHO ELABORADO DURANTE O 2.º PERÍODO

segunda-feira, 20 de julho de 2009

ARTIGO CIENTÍFICO PARA O SEGUNDO PERÍODO

AULA PROFESSOR NEWTON – ARTIGO CIENTÍFICO

Escrito em 3.ª pessoa singular ou 3.ª pessoal plural (Ex: Este artigo foi elaborado – no lugar de: Nós elaboramos este artigo)

PRÉ-TEXTUAL

Título

Resumo: Objetivo do estudo
Fenômeno estudado
Contexto (onde, quem)
Metodologia
Resultados

Palavras-chave: (3 a 5 palavras) à palavras que definem melhor o que consta em seu trabalho (Ex: Lingüística;, Variação lingüística; fonologia; ditongação...)

TEXTUAL

1.0 INTRODUÇÃO

2.0 ASPECTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS

2.1 O que a teoria fala sobre o fenômeno?
2.2 O que é o fenômeno estudado?
2.3 Metodologia: Contexto (Quem? Onde? Técnicas de coleta/análise de dados)
à Divisão em tópicos fica a critério de cada um, isto é só um exemplo de divisão e não uma exigência do professor

3.0 ANÁLISE DE DADOS
- Apresenta os dados
- Análise: categorizar, explicar

4.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

- Retomar questões colocadas na introdução
- Resumir
- O que não foi pesquisado
- Contribuições

PÓS-TEXTO

Referências bibliográficas (pesquisar Scielo, Google Acadêmico, Delta – sugestões do professor)

Anexos (material de coleta de dados, transcrições, etc)

Obs: Apostila da Bruna (MTC – 1.º semestre) explica tudo sobre o que é, e como é a estrutura de um artigo científico

domingo, 19 de julho de 2009

O NEOLOGISMO E O ESTRANGEIRISMO NA LÍNGUA PORTUGUESA


BRASIL: UM PAÍS BILÍNGUE?


É fácil notar que muitas palavras estrangeiras, especialmente as inglesas, são introduzidas ao léxico do português brasileiro frequentemente e, em grande número, de modo desnecessário.
No mundo globalizado atual, a acessibilidade às informações por comunicação em rede de computadores, familiariza cada vez mais uma quantidade maior de pessoas com palavras ou termos estrangeiros que se propagam fácil e rapidamente, mesmo entre as pessoas que não fazem uso deste meio, que de tanto ouvi-los, acostumam-se com eles e passam a conhecê-los, tornando-se também usuários destas expressões.
Outro fato importante é o da origem de tudo o que é acompanhado por nome em língua estrangeira. Se um objeto, empresa, criação, conjunto de idéias ou qualquer outra coisa tem origem em outro país de idioma diferente, é provável que em seu surgimento tenha sido batizado com um nome proveniente desta língua, que o acompanhará por onde for difundido. Alguns, normalmente empresas e marcas multinacionais, designam nomes próprios e não tem como traduzi-los (McDonald´s, Bob´s, CeA, Nike, Honda). Porém, há vários que cabem uma tradução adequada à nossa língua (laptop ou notebook: computador portátil; diet: dietético; light: baixa caloria; steak: bife; pet shop: loja de animal de estimação; check-up: avaliação médica).
No Brasil, muitas vezes, esta adequação não acontece, certamente, porque os falantes não possuem conhecimento lingüístico suficiente do português para fazerem esta substituição. Assim, ocorre o aportuguesamento de palavras estrangeiras, que é uma mistura de pronúncias e grafias que pode dar certo (check-up: checape; stress: estresse; team: time; Far West: faroeste; performance: performance; beef: bife; video-clip: videoclipe), mas que podem ser expressões incompreensíveis a muitos, visto que existem outras que caberiam melhor ao contexto, sem deturpar a língua portuguesa e corromper seu bom uso (deletar – to delet – eliminar; printar – to print – imprimir; setar – to set – configurar ou definir).
Nos deparamos com fachadas de diferentes comércios, títulos de eventos e até nomes próprios carregados de estrangeirismos insignificáveis. São lojas, lanchonetes, salões de beleza, entre outros, tipicamente brasileiros carregados de k, w, y, h, ´s e duplicidade de letras como ll, dd, oo, ee, tudo usado sem restrição e erradamente somente na busca de criar nomes bonitos e chamativos, mas que se analisados, são na verdade incorretos e incompreensíveis. No caso de nomes próprios podem levar a pessoa a constrangimentos, tornando-a constantemente alvo de apelidos e piadas.
No entanto, é possível perceber que este processo todo nem sempre é intencional e é bem mais comum e natural do que parece. Pensando nisso, criei uma entrevista-brincadeira:

_Qual o seu nome?
_Maria.
_A senhora passeia muito?
_Só em shopping center.
_Qual seu shopping preferido?
_Flamboyant, mas também gosto do Bougainville.
_Onde a senhora faz suas compras do mês?
_Wal-Mart ou Carrefour.
_Paga sempre à vista?
_Não. Se já tiver o dinheiro passo no Visa electron, se não passo no Mastercard.
_O que gosta de comer sábado à noite?
_Hamburger ou cheeseburger com muito ketchup no pit-dog do Herick.
_É gostoso?
_Sim. Mas no Bob´s ou Mcdonald´s é melhor porque tem milk-shake.
_A senhora bebe refrigerante?
_Só diet ou light.
_Onde compra sapatos?
_Mister Foot por que lá os sapatos são de couro e combinam com jeans.
_A senhora tem orkut?
_Não, mas minhas filhas têm. Uma tem até site, ela mora lá no Granville.
_E e-mail?
_Elas têm também e vão na Lan House usar a Internet porque o mouse do notebook estragou.
_Onde corta o cabelo?
_No Hit´s Mega Hair.
_Pinta com qual tinta?
_Koleston.
_Toma algum remédio?
_Só tylenol para dor até eu fazer um check-up.
_Qual desenho seu neto está assistindo?
_Toy Store.
_Ele gosta?
_Só do cowboy Wood e do Buzz Lithyear, ele tem o CD. Já o mais velho só gosta de brincar com Hot Wheels.
_Porque ficou brava com seu neto ontem?
_Porque ele colocou piercing para ir num show de rock e só fica na rua andando de skate ou então jogando videogame.
_Gosta de assistir TV?
_Sim, mas a minha é samsung e quero uma Semp Toshiba que vi no outdoor igual meu DVD.
_Qual seu programa preferido?
_Big Brother, mas acabou.
_O que está mascando?
_Trident.
_O que está fritando?
_Steak de frango para comer com maionese Hellman´s._Cadê seu cachorro?
_Levei para o pet shop.
_Cadê a filha?
_Foi para a academia, a Atlhetics, ela faz jump. Parece que ela chegou, mas daqui não vejo direito por causa do insul-film do carro.
_A senhora faz curso de inglês?
_Eu? Imagina! Nunca fiz não, por isso não sei falar nenhuma palavrinha de inglês, que é tudo muito enrolado.

Apesar de ser um diálogo fictício, trabalhei com termos realmente conhecidos e freqüentemente utilizados por qualquer pessoa em sua fala, para expor como as palavras inglesas nos são impostas e nos apossamos delas sem mesmo perceber.
Concordo que a língua portuguesa ao longo do tempo se enriquece com palavras e expressões originais de outros idiomas, mas que a sua valorização ou imitação, adotadas em diversos casos na tentativa de embelezar ou camuflar a fala ou o enunciado, são impróprias. Só discordo que isso seja bilingüismo, independente de ser corrosivo ou construtivo e benéfico, por que se trata de uma grande mistura entre dois idiomas e não na adoção destes dois idiomas para nossa comunicação.
A língua é viva, ou seja, está em constante mutação. E seu uso é ilimitado e incontrolável. Portanto, é impossível preservar sua integridade ou originalidade, pois estas também são mutáveis. Talvez esteja surgindo um novo idioma para o Brasil, o Portuglês (Português + Inglês).


Iêda Fernandes Dias de Sousa
Letras (LN2) Unifan
Junho/2009
iedafdias@uol.com.br

MTC - ARTIGO DE OPINIÃO

SISTEMA SOCIAL INJUSTO

O filme Crash - No limite, de Paul Haggis (2005), é bastante complexo, e enquadra diferentes questões sociais polêmicas, das quais ficam evidentes: o racismo; a razão; o dilema e a dupla face do preconceito e da discriminação; a influência, boa ou ruim, que alguém pode impor à vida de outra pessoa; o fato de que ninguém é absolutamente bom ou ruim; as reviravoltas que as pessoas passam em suas vidas.
O filme mostra como as pessoas discriminam, e são discriminadas, pela cor da pele, origem ou classe social. E como este fato pode chegar ao extremo, trazendo prejuízos, muitas vezes, injustamente e irreparáveis. Diante de opiniões e visões diferentes, cada um sobrepõe à razão do outro. Embora a discriminação seja uma realidade, há ainda o fato de que as pessoas podem se sentir discriminadas, mas nem sempre é isto o que acontece, às vezes, é a própria pessoa que está se inferiorizando diante das outras. Retrata ainda, como cada um pode ter atitudes boas ou más, dependendo da situação em que se encontra. O filme relata como seres humanos, ora se encontram certos, justos, bondosos e felizes, de repente, acometidos por algum acontecimento, podem se tornar errados, injustos, infelizes e até criminosos. Atitudes maldosas, impensadas ou equivocadas, podem influenciar, inclusive, a vida de estranhos que coincidentemente cruzam seus caminhos, causando-lhe graves danos. Da mesma maneira, atitudes generosas em relação ao próximo, podem até salvar uma vida.
O texto de Aranha e Martins (2005), aborda e define questões como: discriminação, preconceito e racismo. Definindo-os como o processo que representa a intolerância ao diferente, dando-lhe a estigma de inferior e até perigoso ou criminoso, chegando a não reconhecer por igual seus direitos perante a sociedade.
Segundo as autoras (2005), existem várias formas de discriminação, onde os maiores beneficiados são os homens, brancos, ricos e adultos. Essa classe encontra-se no topo da hierarquia, sendo mais poderosa que as demais, usufruindo vantagens, que nem sempre são cabíveis. Assim, são considerados superiores às outras raças (negros, índios, migrantes), aos outros gêneros sexuais (mulheres, homossexuais), às outras classes sociais (média e baixa) e, finalmente, às crianças e idosos.
Analisando estes fatos, notamos que, qualquer um de nós, em uma determinada situação, podemos proceder de maneira incoerente, cometendo um erro, que pode ser irreversível. Concluímos que, a sociedade enquadra as pessoas em uma determinada classe, distintas a partir de suas características externas. São desconsideráveis: comportamento, postura, pudor, propósitos, atitudes, honestidade, capacidade, integridade moral, espírito de justiça e direitos. Assim, a sociedade está doente, todos julgam e são julgados o tempo todo pelas aparências, enquanto os verdadeiros valores estão esquecidos e abandonados. Todos nós estamos sujeitos às injustiças deste sistema por que ninguém é capaz de enquadrar em tantos padrões impostos. Portanto, a verdadeira definição de quem somos fica comprometida, pois não podemos mudar nossa cor, origem, sexo ou idade.


REFERÊNCIAS

CRASH – No limite. Direção de Paul Haggis. Los Angeles: Lions Gate, 2005. DVD.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Violência e concórdia. In: Temas de filosofia. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2005. p. 280-295.

PRIMEIRO PERÍODO - 2008