SEJA BEM VINDO,

Este blog é direcionado aos interessados por temas relacionados ao curso de Letras. Para que possamos trocar informações e experiências sobre o que estudamos, aprendemos e ensinamos neste fantástico e surpreendente mundo da linguagem, comunicação, escrita e leitura.

MINHA AUTORIA,

Aqui exponho meus textos e trabalhos (acadêmicos e voluntários). Divulgo-os com a intenção de compartilhar o conhecimento que tenho adquirido durante o curso de Letras.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A ABORDAGEM PRESCRITIVA E A SOCIOLINGUÍSTICA NO ENSINO DE LÍNGUA MATERNA


A ABORDAGEM PRESCRITIVA NO ENSINO DE LÍNGUA MATERNA


A abordagem prescritiva no ensino de língua materna ocupa-se em estabelecer regras e normas de uso para esta língua, conceituando formas de uso apropriadas, ou corretas, e formas de uso inadequadas, ou erradas. Antunes (2003) afirma que “Por essa gramática, professores e alunos só vêem a língua pelo prisma da correção”.

O texto de Bagno (2007) mostra como as gramáticas prescritivas utilizam os grandes escritores como modelos de uso para uma linguagem adequada, segundo o autor:


"A noção de grande escritor tem sido usada há mais de dois mil anos pela gramática tradicional para justificar sua tentativa de impor modelos de uso “certo”, “bom” e “bonito” da língua, numa seleção drástica e redutora das múltiplas possibilidades combinatórias do sistema lingüístico [...]." (Bagno, 2007. p. 21).

A forma como estes gramáticos utilizam os grandes escritores clássicos como modelos é redutora, pois, embora sejam incontestáveis seus valores literários e artísticos não são os únicos gêneros disponíveis para análise, muito menos os únicos textos que fazem bom uso da linguagem. Outro fator comprometedor é que as análises não são feitas cientificamente, pois não englobam integralmente as obras dos autores, elas são feitas a partir de recortes pré-selecionados, nos quais apenas aqueles trechos que estão de acordo com o que a norma prescritiva julga como certos são apresentados, pois nestas mesmas obras encontramos exemplos que contradizem as regras prescritivas, visto que seus autores não escrevem com o intuito de serem moldes, mas sim de expressarem a arte, com a qual possuem verdadeiros fins e compromisso. Sendo assim, estas gramáticas funcionam como uma espécie de filtro, selecionando e impondo o uso da língua segundo os critérios que elas consideram adequados.

A Linguística reconhece a necessidade de se ter uma norma padrão e uma ortografia oficial para a língua e de proporcionar aos aprendizes o acesso (aprendizado e aplicação) a esta norma e promover a conscientização da importância de seu uso. O questionamento é quanto aos critérios de normatização e sua aplicação prática na língua, que os gramáticos insistem em homogeneizar, não reconhecendo sua heterogeneidade de uso na fala e na escrita, Bagno afirma que:

" todos os aprendizes devem ter acesso às variedades lingüísticas urbanas de prestígio, não porque sejam as únicas formas “certas” de falar e de escrever, mas porque constituem, junto com outros bens sociais, um direito do cidadão, de modo que ele possa se inserir plenamente na vida urbana contemporânea, ter acesso aos bens culturais mais valorizados e dispor dos mesmos recursos de expressão verbal (oral e escrita) dos membros das elites socioculturais e socioeconômicas; [...]" (Bagno, 2008. p. 13).

Os autores, Antunes (2003) e Bagno (2007 e 2008), concordam que a gramática prescritiva no Brasil baseia-se em normas e modelos que não condizem com a realidade dos falantes. Os padrões, além de se fundamentarem em textos artísticos, são altamente influenciados pelo uso do português de Portugal. Assim, estes gramáticos estão desconsiderando as transformações, as diferenças e as influências que ocorrem no português em decorrência de aspectos culturais, econômicos, sociais, históricos, regionais e temporais, entre outros, além das interferências que a escrita sofre pela oralidade. Fatores que provocam uma evolução e transmutação naturais em todos os idiomas, Bagno reconhece que:

"[...] Como o nosso ensino da língua sempre se baseou na norma gramatical literária de Portugal as regras que aprendemos na escola em boa parte não correspondem à língua que realmente falamos e escrevemos no Brasil. [...]" (Bagno, 2008. p. 51).

A língua é viva, ou seja, está em constante mutação, e seu uso é ilimitado e incontrolável. Portanto, é impossível conservar sua integridade ou originalidade, pois estas também são mutáveis. Entretanto, os gramáticos prescritivistas ainda possuem uma visão que preza o “tradicional” e a “preservação” defendendo normas que já são obsoletas, caíram em desuso ou, simplesmente, mudaram ou ganharam novos significados por todos os grupos de falantes brasileiros, independentemente de idioletos. Segue um exemplo utilizado por Bagno:

"[...] Levantadas as ocorrências, procede-se às estatísticas e à análise dos resultados. No caso do português falado no Brasil, por exemplo, verifica-se que o uso dos oblíquos de 3.ª pessoa praticamente desapareceu, apesar de ser a única forma recomendada como “certa” pelas gramáticas normativas; [...]" (cf. Duarte, 1989; Bagno, 2000: 198-206. In: Bagno, 2007. p. 26).

A proposta dos linguistas é que as gramáticas brasileiras estabeleçam suas regras a partir de modelos reais e diversificados, no que diz respeito ao uso do português no país, obtendo uma norma padrão real, ou seja, aquela utilizada por usuários que dominem eficientemente a língua na atualidade com fins de uma boa comunicação e não artísticos. Pois, o que existe nas gramáticas prescritivas é uma norma padrão idealizada e arcaica, ou seja, que já não é utilizada por nenhum falante em nenhum contexto oral ou escrito atualmente. É necessário desvencilhar-se das regras impostas simplesmente pelo fato de ainda serem a forma utilizada em Portugal somente em razão do português brasileiro originar-se de lá. Após séculos, os estudiosos devem reconhecer a identidade do português brasileiro.


A SOCIOLINGUÍSTICA NO ENSINO DE LÍNGUA MATERNA


A sociolinguística no ensino de língua materna propõe uma educação que reconheça as diferenças e influências na língua, utilizando um processo de ensino voltado para o respeito às experiências dos aprendizes, às diferenças socioculturais e às variedades linguísticas e que, consequentemente, promova o combate ao preconceito lingüístico e a discriminação que surge a partir dele. Bortoni-Ricardo (2004) reconhece isto, afirmando que:

"[...] Estamos vendo, então, que são fatores históricos, políticos e econômicos que conferem o prestígio a certos dialetos ou variedades regionais e, conseqüentemente, alimentam rejeição e preconceito em relação a outros. Mas sabemos que esse preconceito é perverso, não tem fundamentos científicos e tem de ser seriamente combatido, começando na escola. [...] Lembrem-se de que a pluralidade cultural e a rejeição aos preconceitos lingüísticos são valores que precisam ser cultivados a partir da educação infantil e do ensino fundamental." (Bortoni-Ricardo, 2004. p. 34-35).

Para um ensino baseado na sociolinguística os educadores precisam compreender as influências que os falantes nativos são impostos na aquisição da fala, ou seja, o aprendiz desenvolve sua habilidade de fala e comunicação a partir do modelo presente em seu convívio, no qual, para a criança, a família é o primeiro e principal contato com o idioma, seguido pela socialização com amigos e escola. Bortoni-Ricardo (2004) denominou estes ambientes (família, amigos e escola) de domínios sociais, onde cada indivíduo exerce seu papel social (pai, mãe, filho, esposa, marido, professor, diretor, aluno, amigo etc), segundo seu conceito:

"Um domínio social é um espaço físico onde as pessoas interagem assumindo certos papéis sociais. Os papéis sociais são um conjunto de obrigações e de direitos definidos por normas socioculturais. Os papéis sociais são construídos no próprio processo de interação humana. Quando usamos a linguagem para nos comunicar, também estamos construindo e reforçando os papéis sociais próprios de cada domínio." [...] (Bortoni-Ricardo , 2004).

A escola exerce o papel social de conduzir o aluno da cultura de comunicação exclusivamente de oralidade, que ele submete-se no convívio com a família, para a cultura de letramento, onde há o predomínio da escrita. Nesta junção entre oralidade e escrita, a sociolinguística é responsável por conscientizar os professores da variação linguística e prepará-los para exercerem sua profissão diante de tal fato. Quanto a esta variação Bagno reconhece que:

"[...] Toda e qualquer língua humana viva é, intrinsecamente e inevitavelmente, heterogênea, ou seja, apresenta variação em todos os seus níveis estruturais (fonologia, morfologia, sintaxe, léxico etc.) e em todos os seus níveis de uso social (variação regional, social, etária, estilística etc.)." (Bagno, 2008. p. 27-28).

Desta forma, a sociolinguística reformula a visão de “certo” e “errado” estabelecida pela gramática prescritiva e propõe uma conduta de “correção” diferente da tradicional. Sobre isto Bortoni-Ricardo afirmou que:

"[...] __ seguindo uma corrente que nasceu da polêmica entre a postura que considera o “erro” uma deficiência do aluno e a postura que vê os chamados “erros” como uma simples diferença entre as duas variedades __, têm feito um trabalho importante, mostrando que é pedagogicamente incorreto usar a incidência do erro do educando como uma oportunidade para humilhá-lo. [...]" (Bortoni-Ricardo, 2004. p. 37-38).

Bagno (2007) afirmou que o objetivo da escola é “formar usuários eficientes da língua, principalmente da língua escrita, em sua multiplicidade de gêneros, para usos habituais, práticos, cotidianos” (p. 48). Para que esta formação aconteça conforme a metodologia sugerida pela sociolingüística, o professor deverá assumir o papel de mediador entre a variedade que o aluno utiliza e as variedades de maior prestígio, que são aquelas utilizadas pelas pessoas mais letradas. A correção acontecerá de uma forma não-constrangedora e não-expositora como antes. O professor, através de uma forma monitorada da linguagem (pois sabemos que até ele próprio está sujeito a variação), passa a ser o modelo (como já vimos, a aquisição acontece através do modelo) para que os alunos se auto-corrijam e ampliem suas habilidades comunicativas, atingido e compreendendo outras variedades. Os estudantes terão acesso a diferentes gêneros, orais e textuais, no intuito de desenvolverem suas competências comunicativas conforme suas necessidades práticas, sendo a aplicação do que estudam mais importante que a memorização de regras e nomenclaturas.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico: o que é, como se faz. 50ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 2008.

BAGNO, Marcos e outros. Práticas de letramento no ensino: leitura, escrita e discurso. São Paulo: Parábola Editorial, 2007.

BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Educação em língua materna: a sociolingüística na sala de aula. São Paulo: Parábola Editorial, 2004.


Iêda Fernandes Dias (Trabalho elaborado durante o 5.º período de Letras em 2010/2)

VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS



ALUNOS ARMADOS


Este texto é iniciado com uma reflexão da autora: “A transformação do futuro de uma sociedade está na escola, porém, a transformação do futuro de um filho está em casa”.

É triste assistir, no Brasil, cada vez mais frequentemente, aos noticiários que apresentam as escolas como palco para a violência e crimes.

Professores e estudantes são agredidos fisicamente, muitas vezes de forma grave ou até assassinados, por alunos dentro das próprias instituições.

Onde está o problema? Como foi que a escola tornou-se alvo para a propagação de vícios? Quando perdeu-se o respeito? Será que ele está no mesmo baú em que depositaram a autoridade do professor? Ou será que ele foi destruído junto ao sonho dos que ainda lutam para aprender?

Em uma sociedade onde a educação está firmada na base de desigualdades sociais, econômicas e culturais é impossível dissociar a formação do cidadão do resultado de sua formação escolar e familiar.

Diante da modernidade os pais não dispõem tempo suficiente para ensinar e educar seus filhos, atribuindo esta responsabilidade às escolas e, imprudentemente, aos professores. Um estudante precisa da participação dos pais em sua formação educacional e escolar para tornar-se um cidadão digno.

O professor, de modo geral, está reprimido. Na rede de ensino privado submete-se ao silêncio por que a hierarquia o obriga pelos fins comerciais das instituições. Na rede de ensino público cala-se diante das leis que visam primordialmente os números para mudar as atuais estatísticas de escolaridade no país.

Os alunos estão armados. Não é surpresa encontrar armas brancas e de fogo em posse de certos alunos, o que agrava-se quando se trata de escolas públicas e em periferias. Os alunos também estão “armados” de desilusão e de desprezo. Sem proteção e sem orientação adequada e eficiente aderem cada vez mais facilmente ao ambiente irracional a que estão submetidos. Sem perspectivas de mudanças se armam de “direitos” que, na verdade, não são reais. Como foi dito, há um grande interesse por números, desconsiderando a qualidade de ensino e aprendizado, levando jovens semi-analfabetos a concluírem o ensino médio.

Por esta busca em alcançar a estatística desejada a qualquer custo, o jovem encontra abertura, ou seja, “direito”, a qualquer coisa, desde que frequente uma sala de aula. O aprendizado e o combate a violência tornam-se secundários diante do objetivo de obter salas lotadas.

Quem arma estes alunos? O cidadão não sabe. Mas não é segredo a ninguém quem dá a munição a eles e o que os permite ficarem armados: a própria violência, o desrespeito, o preconceito, a discriminação, o descaso, o abandono. Consequentemente, as autoridades políticas e policiais, a família e a própria escola. Sendo assim, toda a sociedade.

A escola precisa retomar sua autoridade e repassá-la ao professor urgentemente. Os pais precisam entender e assumir o seu papel. A repressão para os alunos não é a solução, mas o professor também precisa libertar-se dela. O governo precisa levar os cidadãos para a sala de aula, mas ao aluno cabe o direito de adquirir novos conhecimentos e não de impor suas vontades. É necessário estabelecer e cumprir regras dentro das instituições.

A violência precisa ser vencida dentro da escola. Para isso o aluno precisa receber e aprender a manusear novas armas, chamadas: educação, justiça, dignidade, respeito, honra, esperança, confiança, oportunidade. A escola conjuntamente com a família deve oferecer as munições destas novas armas. E assim, jogar a semente do desenvolvimento pacífico na vida destes aprendizes.


REFERÊNCIAS

MENEZES, Luis Carlos de. A violência, a escola e você. Disponível em: www.novaescola.org.br. Acesso em: Agosto de 2007.



TEXTO SOBRE 'A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS' APRESENTADA COMO PARTE DO REQUISITO PARA OBTENÇÃO DA NOTA DA DISCIPLINA DE DIDÁTICA. Iêda Fernandes Dias.



ALGUMAS DICAS PARA ELABORAÇÃO DE TEXTOS E REDAÇÕES

Primeiro, se o texto vai ser elaborado a partir do pedido de alguém (professora, psicóloga de seleção de candidato à emprego...) preste atenção no que se pede, se possível faça anotações do que a pessoa diz. Enquanto fala, ela sempre libera dicas do que se espera do seu texto. Analise sobre o que vai escrever e tente entender o assunto, não confunda atualidade com notícia. A violência, a educação, a criminalidade, o tráfico, a saúde, a poluição ambiental, a preservação da natureza, o mundo virtual, entre outros, são assuntos da atualidade que sempre estão na mídia, embora possam não estar em evidência ou questionamento por alguma polêmica.


Sendo assim, se te pedirem redação sobre atualidade, você pode escolher um destes, ou outro tema qualquer que seja atual, sem necessariamente escolher o último assunto do noticiário se você não estiver por dentro do que se trata.

Dica: Se você optar por temas deste tipo, para ficar evidente que você entendeu que é sobre atualidade, você pode começar escrevendo algo assim:

A violência urbana, embora possa não estar explorada pela mídia por alguma polêmica neste momento, é um tema sempre preocupante e atual.[...]

Porém, se o avaliador especificar o assunto, a polêmica ou a notícia que se refere, aí é diferente, e você tem que escrever sobre aquilo que te pediram.

 Deixe o espaço para colocar o título (defina-o no final, escolhendo o nome que melhor defina o que você relatou).

 Primeiro parágrafo: Faça a introdução  Relate de forma sucinta (poucas palavras) o assunto que tratará durante o texto.

 2 ou 3 Parágrafos de Desenvolvimento: Em cada um apresente um argumento e escreva sobre ele.

 Último parágrafo: Fazer boa conclusão (normalmente retomando argumentos e sugerindo soluções);

 Não esqueça: Fazer parágrafos com sentidos completos (comece e conclua a idéia).

 Durante o texto use 3ª pessoa. Ex: O assunto se trata..., Assim fica claro que..., A educação é...

 Não use primeira pessoa durante o texto (nem singular: Eu acho...; nem plural: Nós achamos...);

 Só a conclusão, dependendo do texto, pode estar em 3ª pessoa plural (nós). Exemplo: Concluímos que..., Notamos que..., Definimos que...

 Coerência: um parágrafo tem que ter relação, no que diz respeito ao assunto com o outro.


MODELO DE REDAÇÃO:


Para elaboração de um bom texto, neste caso uma redação para concurso vestibular, devemos explorar todo o conjunto de informações que possuímos, sejam as do nosso conhecimento (que adquirimos por experiência), sejam as fornecidas (coletânea). Sendo assim, vamos começar analisando o que cada texto, ou alguns deles, nos oferece.

IMPORTANTE: Cada pessoa interpreta um texto literário (estórias, poesias, romances, às vezes letra de música, entre outros vários) de uma maneira diferente, de acordo com sua bagagem cultural, escolar, familiar, vivência, entre outros. Por isso não se preocupe com uma interpretação correta, mas em tirar uma idéia principal do que está escrito.

CADA TEXTO FAZ PARTE DA COLETÂNEA APRESENTADA E NÃO ESTÁ EXPOSTO AQUI, MAS O IMPORTANTE É OBSERVAR COMO A IDÉIA PRINCIPAL (QUE É UMA ESPÉCIE DE SÍNTESE E NÃO É CÓPIA) RETIRADA É USADA NA ELABORAÇÃO DA REDAÇÃO.

Texto I – Mais Infância

Idéia Principal: O próprio título já sugere a necessidade de mais infância, a criança tem medo do abandono, da necessidade e de não ser amada. Ela cria fantasias, natural da idade, mais fica com medo de suas próprias fantasias. A criança contemporânea está influenciada pela violência urbana e familiar, seu medo está lhe tirando a infância.

Texto II – Aí pelas três da tarde

Idéia Principal: Todo o estresse do homem moderno, preocupado, ocupado, sem tempo para nada, trabalhando o dia todo. Uma vida de compromissos, sem lazer, sem prazer e sem participação na família, especialmente na formação dos filhos. Retrata a angústia por mudança.

Texto III – Envelhecer: com mel ou fel?

Idéia Principal: A velhice deve ser algo normal e igual para todos.

Obs: Não gostei deste texto.

Texto IV – Canção do Amor-perfeito

Idéia Principal: Com o termo "o tempo seca", fica a impressão que ao envelhecermos perderemos todos os nossos sentimentos e desejos.

DICA: A descrição da velhice nas poesias de Cecília Meirelles sempre leva o leitor a uma reflexão sobre a vida, mas sempre me remete a melancolia. Depois leia (Internet) Retrato e Cântico VIII. Só comecei a ler poesia agora na Faculdade, mas é importante você ler e tentar entender algumas, mesmo as pequenas, são repletas de sentido e enriquecem muito a leitura e capacidade de interpretação do leitor, ampliando a visão para explorar outros tipos de textos.

Texto V – Charge

Idéia Principal: Desde a infância preocupamos com o envelhecimento, mas o importante é manter o espírito jovem.

Texto VI

Idéia Principal: A nossa visão de mundo muda conforme se passam os anos. Tudo passa a ter mais beleza e valor com a vivência.

Obs: Adorei este texto.

Texto VII

Idéia Principal: Não usarei este texto (não me levou a nenhuma reflexão).


Note que algumas destas anotações que fiz serão utilizadas no decorrer do meu texto.

Tema: Entre o nascimento e a morte: experiências diversas


ENVELHECER NO TEMPO CERTO



Na atual sociedade, moderna e globalizada, o homem nunca foi tão inteligente, culto, portador de conhecimentos variados, dinâmico, flexível e bem preparado para as mais diversas situações da vida e da profissão. Tudo graças a fácil acessibilidade às informações, que melhora ainda mais a cada dia. Porém, as pessoas estão envelhecendo precocemente.

Desde crianças, encontram-se sobrecarregadas de atividades, o que vai agravando-se com o passar dos anos. Neste mundo capitalista, onde a família está perdendo seus valores, as crianças têm medo do abandono, da necessidade e de não serem amadas. As crianças contemporâneas estão altamente influenciadas pela violência urbana e doméstica que presenciam, seja em sua própria família ou através dos noticiários. Elas criam fantasias, natural da idade, mas ficam com medo de suas próprias fantasias. As obrigações, tudo em nome de um futuro melhor, aliadas ao medo, estão lhes roubando a infância.

Tornam-se jovens demasiadamente preocupados com uma boa formação escolar e profissional, passam por uma fase adulta extremamente competitiva no mercado de trabalho e, conseqüentemente, desgastante. Todo o estresse das pessoas modernas, preocupadas, ocupadas, sem tempo para nada, trabalhando o dia todo lhes penetra o pensamento. Uma vida de compromissos, sem lazer, sem prazer e sem participação na família, especialmente na formação dos filhos, denuncia a necessidade por mudanças.

Chegam à velhice, quando chegam, com uma péssima qualidade de vida. E muitas vezes com doenças causadas ou agravadas pela vida estressante que levaram. Os idosos, nesta fase, onde requerem tempo e disposição dos familiares, normalmente ficam esquecidos e vistos como um incômodo que atrapalha aqueles que estão lutando pela vida, assim como eles lutaram momentos passados. Um período em que era para usufruirem seus esforços e dedicações, mais uma vez, lhes é tirado, substituído pelo sentimento de depressão e inutilidade, pensam que é o fim da jornada de sua existência.


Diante de tudo isso, notamos que, precisamos voltar a crescer, amadurecer e envelhecer no tempo certo. Temos que educar nossos filhos e lhes condicionar capacitação para terem uma boa profissão, mas não temos o direito de trocar seus brinquedos por computadores e suas fábulas por dicionários de inglês e espanhol. Nossos jovens precisam ser responsáveis, mas amigos, namoros, passeios, sonhos e sorrisos fazem parte da formação do ser humano. A profissão tem que ser escolhida com amor, pois passaremos anos executando a mesma tarefa, e se gostarmos do que fazemos, será gratificante. Nosso tempo tem que ser mais bem distribuído, pois ao olharmos para trás, o que teremos mais saudade serão das pessoas que amamos e de coisas que gostamos de fazer. Tudo isso, impedirá sermos surpreendido com um ataque cardíaco no meio da tarde poucos anos antes da nossa aposentadoria. Precisamos aprender o caminho para trocar as fisioterapias e remédios dos idosos por amor, respeito e admiração, pois pretendemos, um dia, ser um deles. E, por fim, entender que a boa qualidade de vida na velhice é adquirida durante toda a vida.


Importante:

 Selecionar dados (fazendo observações e anotações principalmente quando temos uma coletânea);
 Saber fazer boa introdução (um parágrafo);
 Distribuir bem o desenvolvimento (+ ou – 3 parágrafos);
 Fazer boa conclusão (normalmente retomando argumentos e sugerindo soluções);
 Usar palavras que você conheça bem para não escrever e nem colocar sentido inadequado, mas evitar repetições. Habitue a consultar um dicionário;
 Fazer parágrafos com sentidos completos;
 “Escrever é 1% inspiração e 99% transpiração” (me esqueci o autor), porém, com atenção e capricho seremos capazes de melhorar muito nossos textos.

Goiânia, abril de 2009.


Iêda F. Dias de Sousa, Letras 4 2010/1- Unifan.