SEJA BEM VINDO,

Este blog é direcionado aos interessados por temas relacionados ao curso de Letras. Para que possamos trocar informações e experiências sobre o que estudamos, aprendemos e ensinamos neste fantástico e surpreendente mundo da linguagem, comunicação, escrita e leitura.

MINHA AUTORIA,

Aqui exponho meus textos e trabalhos (acadêmicos e voluntários). Divulgo-os com a intenção de compartilhar o conhecimento que tenho adquirido durante o curso de Letras.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

ARTIGO CIENTÍFICO PARA O SEGUNDO PERÍODO

AULA PROFESSOR NEWTON – ARTIGO CIENTÍFICO

Escrito em 3.ª pessoa singular ou 3.ª pessoal plural (Ex: Este artigo foi elaborado – no lugar de: Nós elaboramos este artigo)

PRÉ-TEXTUAL

Título

Resumo: Objetivo do estudo
Fenômeno estudado
Contexto (onde, quem)
Metodologia
Resultados

Palavras-chave: (3 a 5 palavras) à palavras que definem melhor o que consta em seu trabalho (Ex: Lingüística;, Variação lingüística; fonologia; ditongação...)

TEXTUAL

1.0 INTRODUÇÃO

2.0 ASPECTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS

2.1 O que a teoria fala sobre o fenômeno?
2.2 O que é o fenômeno estudado?
2.3 Metodologia: Contexto (Quem? Onde? Técnicas de coleta/análise de dados)
à Divisão em tópicos fica a critério de cada um, isto é só um exemplo de divisão e não uma exigência do professor

3.0 ANÁLISE DE DADOS
- Apresenta os dados
- Análise: categorizar, explicar

4.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

- Retomar questões colocadas na introdução
- Resumir
- O que não foi pesquisado
- Contribuições

PÓS-TEXTO

Referências bibliográficas (pesquisar Scielo, Google Acadêmico, Delta – sugestões do professor)

Anexos (material de coleta de dados, transcrições, etc)

Obs: Apostila da Bruna (MTC – 1.º semestre) explica tudo sobre o que é, e como é a estrutura de um artigo científico

domingo, 19 de julho de 2009

O NEOLOGISMO E O ESTRANGEIRISMO NA LÍNGUA PORTUGUESA


BRASIL: UM PAÍS BILÍNGUE?


É fácil notar que muitas palavras estrangeiras, especialmente as inglesas, são introduzidas ao léxico do português brasileiro frequentemente e, em grande número, de modo desnecessário.
No mundo globalizado atual, a acessibilidade às informações por comunicação em rede de computadores, familiariza cada vez mais uma quantidade maior de pessoas com palavras ou termos estrangeiros que se propagam fácil e rapidamente, mesmo entre as pessoas que não fazem uso deste meio, que de tanto ouvi-los, acostumam-se com eles e passam a conhecê-los, tornando-se também usuários destas expressões.
Outro fato importante é o da origem de tudo o que é acompanhado por nome em língua estrangeira. Se um objeto, empresa, criação, conjunto de idéias ou qualquer outra coisa tem origem em outro país de idioma diferente, é provável que em seu surgimento tenha sido batizado com um nome proveniente desta língua, que o acompanhará por onde for difundido. Alguns, normalmente empresas e marcas multinacionais, designam nomes próprios e não tem como traduzi-los (McDonald´s, Bob´s, CeA, Nike, Honda). Porém, há vários que cabem uma tradução adequada à nossa língua (laptop ou notebook: computador portátil; diet: dietético; light: baixa caloria; steak: bife; pet shop: loja de animal de estimação; check-up: avaliação médica).
No Brasil, muitas vezes, esta adequação não acontece, certamente, porque os falantes não possuem conhecimento lingüístico suficiente do português para fazerem esta substituição. Assim, ocorre o aportuguesamento de palavras estrangeiras, que é uma mistura de pronúncias e grafias que pode dar certo (check-up: checape; stress: estresse; team: time; Far West: faroeste; performance: performance; beef: bife; video-clip: videoclipe), mas que podem ser expressões incompreensíveis a muitos, visto que existem outras que caberiam melhor ao contexto, sem deturpar a língua portuguesa e corromper seu bom uso (deletar – to delet – eliminar; printar – to print – imprimir; setar – to set – configurar ou definir).
Nos deparamos com fachadas de diferentes comércios, títulos de eventos e até nomes próprios carregados de estrangeirismos insignificáveis. São lojas, lanchonetes, salões de beleza, entre outros, tipicamente brasileiros carregados de k, w, y, h, ´s e duplicidade de letras como ll, dd, oo, ee, tudo usado sem restrição e erradamente somente na busca de criar nomes bonitos e chamativos, mas que se analisados, são na verdade incorretos e incompreensíveis. No caso de nomes próprios podem levar a pessoa a constrangimentos, tornando-a constantemente alvo de apelidos e piadas.
No entanto, é possível perceber que este processo todo nem sempre é intencional e é bem mais comum e natural do que parece. Pensando nisso, criei uma entrevista-brincadeira:

_Qual o seu nome?
_Maria.
_A senhora passeia muito?
_Só em shopping center.
_Qual seu shopping preferido?
_Flamboyant, mas também gosto do Bougainville.
_Onde a senhora faz suas compras do mês?
_Wal-Mart ou Carrefour.
_Paga sempre à vista?
_Não. Se já tiver o dinheiro passo no Visa electron, se não passo no Mastercard.
_O que gosta de comer sábado à noite?
_Hamburger ou cheeseburger com muito ketchup no pit-dog do Herick.
_É gostoso?
_Sim. Mas no Bob´s ou Mcdonald´s é melhor porque tem milk-shake.
_A senhora bebe refrigerante?
_Só diet ou light.
_Onde compra sapatos?
_Mister Foot por que lá os sapatos são de couro e combinam com jeans.
_A senhora tem orkut?
_Não, mas minhas filhas têm. Uma tem até site, ela mora lá no Granville.
_E e-mail?
_Elas têm também e vão na Lan House usar a Internet porque o mouse do notebook estragou.
_Onde corta o cabelo?
_No Hit´s Mega Hair.
_Pinta com qual tinta?
_Koleston.
_Toma algum remédio?
_Só tylenol para dor até eu fazer um check-up.
_Qual desenho seu neto está assistindo?
_Toy Store.
_Ele gosta?
_Só do cowboy Wood e do Buzz Lithyear, ele tem o CD. Já o mais velho só gosta de brincar com Hot Wheels.
_Porque ficou brava com seu neto ontem?
_Porque ele colocou piercing para ir num show de rock e só fica na rua andando de skate ou então jogando videogame.
_Gosta de assistir TV?
_Sim, mas a minha é samsung e quero uma Semp Toshiba que vi no outdoor igual meu DVD.
_Qual seu programa preferido?
_Big Brother, mas acabou.
_O que está mascando?
_Trident.
_O que está fritando?
_Steak de frango para comer com maionese Hellman´s._Cadê seu cachorro?
_Levei para o pet shop.
_Cadê a filha?
_Foi para a academia, a Atlhetics, ela faz jump. Parece que ela chegou, mas daqui não vejo direito por causa do insul-film do carro.
_A senhora faz curso de inglês?
_Eu? Imagina! Nunca fiz não, por isso não sei falar nenhuma palavrinha de inglês, que é tudo muito enrolado.

Apesar de ser um diálogo fictício, trabalhei com termos realmente conhecidos e freqüentemente utilizados por qualquer pessoa em sua fala, para expor como as palavras inglesas nos são impostas e nos apossamos delas sem mesmo perceber.
Concordo que a língua portuguesa ao longo do tempo se enriquece com palavras e expressões originais de outros idiomas, mas que a sua valorização ou imitação, adotadas em diversos casos na tentativa de embelezar ou camuflar a fala ou o enunciado, são impróprias. Só discordo que isso seja bilingüismo, independente de ser corrosivo ou construtivo e benéfico, por que se trata de uma grande mistura entre dois idiomas e não na adoção destes dois idiomas para nossa comunicação.
A língua é viva, ou seja, está em constante mutação. E seu uso é ilimitado e incontrolável. Portanto, é impossível preservar sua integridade ou originalidade, pois estas também são mutáveis. Talvez esteja surgindo um novo idioma para o Brasil, o Portuglês (Português + Inglês).


Iêda Fernandes Dias de Sousa
Letras (LN2) Unifan
Junho/2009
iedafdias@uol.com.br

MTC - ARTIGO DE OPINIÃO

SISTEMA SOCIAL INJUSTO

O filme Crash - No limite, de Paul Haggis (2005), é bastante complexo, e enquadra diferentes questões sociais polêmicas, das quais ficam evidentes: o racismo; a razão; o dilema e a dupla face do preconceito e da discriminação; a influência, boa ou ruim, que alguém pode impor à vida de outra pessoa; o fato de que ninguém é absolutamente bom ou ruim; as reviravoltas que as pessoas passam em suas vidas.
O filme mostra como as pessoas discriminam, e são discriminadas, pela cor da pele, origem ou classe social. E como este fato pode chegar ao extremo, trazendo prejuízos, muitas vezes, injustamente e irreparáveis. Diante de opiniões e visões diferentes, cada um sobrepõe à razão do outro. Embora a discriminação seja uma realidade, há ainda o fato de que as pessoas podem se sentir discriminadas, mas nem sempre é isto o que acontece, às vezes, é a própria pessoa que está se inferiorizando diante das outras. Retrata ainda, como cada um pode ter atitudes boas ou más, dependendo da situação em que se encontra. O filme relata como seres humanos, ora se encontram certos, justos, bondosos e felizes, de repente, acometidos por algum acontecimento, podem se tornar errados, injustos, infelizes e até criminosos. Atitudes maldosas, impensadas ou equivocadas, podem influenciar, inclusive, a vida de estranhos que coincidentemente cruzam seus caminhos, causando-lhe graves danos. Da mesma maneira, atitudes generosas em relação ao próximo, podem até salvar uma vida.
O texto de Aranha e Martins (2005), aborda e define questões como: discriminação, preconceito e racismo. Definindo-os como o processo que representa a intolerância ao diferente, dando-lhe a estigma de inferior e até perigoso ou criminoso, chegando a não reconhecer por igual seus direitos perante a sociedade.
Segundo as autoras (2005), existem várias formas de discriminação, onde os maiores beneficiados são os homens, brancos, ricos e adultos. Essa classe encontra-se no topo da hierarquia, sendo mais poderosa que as demais, usufruindo vantagens, que nem sempre são cabíveis. Assim, são considerados superiores às outras raças (negros, índios, migrantes), aos outros gêneros sexuais (mulheres, homossexuais), às outras classes sociais (média e baixa) e, finalmente, às crianças e idosos.
Analisando estes fatos, notamos que, qualquer um de nós, em uma determinada situação, podemos proceder de maneira incoerente, cometendo um erro, que pode ser irreversível. Concluímos que, a sociedade enquadra as pessoas em uma determinada classe, distintas a partir de suas características externas. São desconsideráveis: comportamento, postura, pudor, propósitos, atitudes, honestidade, capacidade, integridade moral, espírito de justiça e direitos. Assim, a sociedade está doente, todos julgam e são julgados o tempo todo pelas aparências, enquanto os verdadeiros valores estão esquecidos e abandonados. Todos nós estamos sujeitos às injustiças deste sistema por que ninguém é capaz de enquadrar em tantos padrões impostos. Portanto, a verdadeira definição de quem somos fica comprometida, pois não podemos mudar nossa cor, origem, sexo ou idade.


REFERÊNCIAS

CRASH – No limite. Direção de Paul Haggis. Los Angeles: Lions Gate, 2005. DVD.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Violência e concórdia. In: Temas de filosofia. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2005. p. 280-295.

PRIMEIRO PERÍODO - 2008